terça-feira, 25 de maio de 2010

Ultimato (último ato)

Saindo de casa deixou em cima da mesa o pequeno frasco de perfume lilás que recebera no seu último aniversário...
Foi ao seu encontro; a mesma praça o mesmo banco as mesmas flores... Minto, não era o mesmo o jardim e as flores já não tinham cores e das rosas só restaram os espinhos.
Era a última tarde de outono, era a última vez que ela o veria...
Se viram, se riram, se amaram, se despediram. Mas, como era de seu costume não se acostumar, Dasdores de Muitos Amores foi e foi pra não voltar.
Caiu a última folha caiu o inverno; há que não goste da dor, eu não digo que gosto, Mas reconheço que Dasdores fez de suas dores primavera pra colher novos amores de verão.

2 comentários:

  1. DasDores de Muitos Amores
    sem amores

    ultimato
    último ato
    ou te mato
    ...

    texto lindo lindo lindo!!^^

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  2. Mesmo sendo conhecida pela rima pobre e clichê, dor e amor são partes indissolúveis do sentimento do querer. Quando muda o sentimento parece mesmo que muda o sentido de tudo> desde a cor das flores até a harmonia da praça, coisa de nem reconhecermos mais os lugares, ou não nos localizarmos neles.
    Belíssima tua narrativa, mainha, tratando o amor e o desamor a partir do essencial, do perfume que fica na partida, das Dores inevitáveis e necessários para o ultimato ou o "eu te mato" de deixar um amor e sentir-se vivo para o recomeço!

    Beijos :)

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